O que são terapias injetáveis?

Nosso corpo é conhecido como a “máquina perfeita”, mas para que essa máquina funcione de forma impecável, são necessários diversos nutrientes. De acordo com nosso estilo de vida e condições que nos cercam, acabamos deixando de entregar alguns deles ao nosso corpo, o que pode acarretar em problemas, afetando pontos fundamentais para saúde.

Pensada a partir do conceito do equilíbrio e bem-estar, as terapias nutricionais injetáveis foram desenvolvidas para fornecer nutrientes essenciais ao nosso organismo, direto na corrente sanguínea. Ela tem como um grande diferencial a capacidade de aumentar a disponibilidade dos ativos, chamada de biodisponibilidade.

Esses tratamentos não são apenas para equilibrar os nutrientes, mas entregá-los ao organismo na quantidade necessária. Nas terapias injetáveis, os nutrientes contornam o trato gastrointestinal, reduzindo a possibilidade de perdas. Assim, a resposta é mais ágil e eficiente.

Outro diferencial das terapias injetáveis é a utilização em casos específicos de pacientes que sofrem com problemas de absorção intestinal, ou então precisam de uma dose mais elevada, por alguma deficiência nutricional grave. Diferentemente da via oral, que pode variar e não surtir o efeito esperado.

Quando falamos em terapias nutricionais injetáveis, nos referimos a vitaminas, aminoácidos, antioxidantes, oligoelementos e metiladores. Estes nutrientes proporcionam ao organismo um excelente restabelecimento da saúde, melhorando de forma bastante considerável o quadro clínico do paciente.

Agora que você já sabe a definição das terapias injetáveis, vamos entender um pouco da sua história, e como ela começou a ser desenvolvida.

A história

Quando falamos em terapias injetáveis, pensamos principalmente nas vacinas, uma forma de prevenção que surgiu no século XVIII, com Edward Jenner. Apesar de realizar essa associação, as terapias injetáveis da qual nos referimos são voltadas para o equilíbrio do indivíduo.

Tudo começou na década de 1940, com Linus Pauling (1901-1994), um bioquímico norte-americano, ganhador de dois prêmios Nobel, um de Química (1954) e um da Paz (1962). Ele começou a pesquisar a quantidade ideal de nutrientes para a saúde do nosso corpo.

Mas foi em 1968, que Pauling publicou o primeiro estudo com o termo “Ortomolecular”. No qual essa terapia se fundamenta na ideia de corrigir as alterações nutricionais em nosso organismo.

Segundo o Dr. Efraim Olszewer, um dos precursores das terapias injetáveis no Brasil, presidente da Associação Brasileira de Medicina Ortomolecular (ABMO), as terapias nutricionais injetáveis começaram no Brasil, na década de 80. 

No início eram poucos ativos, mas como toda especialidade, houve uma crescente evolução, principalmente em relação aos estudos, o que aumentou o desenvolvimento de ativos. Assim, as terapias injetáveis foram ganhando seu espaço e hoje é uma das áreas que mais cresce na medicina.

Neste momento você deve estar pensando: eu já entendi o que são terapias injetáveis e conheci sua história. Quando irei ver a aplicação prática dela?

Pois bem, é isso que eu te explico agora.

Quais as vias de administração dos nutrientes?

Vamos começar com as vias de administração das terapias injetáveis. Elas variam conforme a necessidade clínica. As principais são: 

Via Intramuscular (IM)

A administração intramuscular envolve a injeção do medicamento diretamente no tecido muscular. Essa via é frequentemente utilizada para aplicação de medicamentos de ação prolongada.

É importante escolher adequadamente o local, levando em consideração a idade, massa muscular e as recomendações específicas para cada medicamento. No geral, usualmente se realiza no quadrante superior externo do glúteo.

Via Subcutânea (SC)

A administração subcutânea envolve a injeção do medicamento no tecido subcutâneo, abaixo da pele. Essa via é utilizada para medicamentos de ação mais lenta e contínua ou com finalidade estética. É importante selecionar o local de aplicação adequado, levando em consideração a área de absorção e a tolerância do paciente à administração subcutânea.

Via Intravenosa (IV)

A administração intravenosa envolve a injeção direta do medicamento na corrente sanguínea, através de uma veia. Essa via permite uma ação imediata do medicamento e é frequentemente utilizada em situações de emergência ou quando é necessário um efeito rápido.

Esse método requer habilidades técnicas avançadas e rigoroso controle de dosagem. No geral as substâncias são diluídas em solução fisiológica 0,9% e restrito ao uso de substâncias hidrossolúveis.

Via Intradérmica (ID)

A administração intradérmica envolve a injeção do medicamento na camada superior da pele, criando uma pequena pápula. Essa via é comumente usada para substâncias em diversas disfunções estéticas. A absorção é lenta, sendo necessário tomar cuidado para evitar a penetração profunda e a lesão dos vasos sanguíneos.

Procedimentos 

A administração de terapias injetáveis requer precisão, conhecimento técnico e adesão a procedimentos, estabelecidos para garantir eficácia e segurança. Esses procedimentos podem variar, de acordo com a via de administração e o tipo de terapia, mas alguns pontos requerem atenção. São eles:

  • Preparação do medicamento

Inclui a verificação da medicação correta, dosagem e validade. Em alguns casos, pode ser necessário misturar ou reconstituir o medicamento.

  • Escolha da via de administração

Decisão baseada no medicamento e na condição clínica do paciente.

  • Técnicas de assepsia: 

Limpeza do local da injeção com um antisséptico para minimizar o risco de infecção.

  • Administração da injeção

A técnica varia dependendo da via escolhida. Por exemplo, injeções intramusculares geralmente são aplicadas no músculo deltóide ou glúteo, enquanto as subcutâneas são frequentemente administradas no abdômen ou braço.

  • Monitoramento após a injeção

Observação de possíveis reações adversas e garantia de que o paciente recebe a orientação adequada antes de deixar o local de administração.

Protocolos Padrões e Personalizados

É sempre importante lembrar que o médico deve estar atendo há alguns pontos, como: 

  • Condições de saúde preexistentes

Ajustes na dosagem ou na escolha da medicação com base no histórico de saúde do paciente.

  • Resposta ao tratamento

Modificações baseadas na resposta do paciente ao tratamento, incluindo ajustes de dosagem ou intervalos entre as doses.

  • Preferências e necessidades do paciente

Consideração de preferências pessoais ou restrições, como alergias a certos medicamentos ou componentes.

Quais ativos mais usados nas terapias injetáveis?

A escolha do ativo depende diretamente da necessidade do paciente e do tratamento escolhido pelo médico. Mas alguns ativos são usados em diversos protocolos, sendo eles:

  • Aminoácidos (essenciais e não-essenciais) – reforça a imunidade, auxilia na perda de gordura, promove aumento de massa muscular, melhora o sono e ajuda na sarcopenia.

  • Antioxidantes (ácido vitamina C e aminoácido glutationa) – evita danos às células provocadas pelo aumento do estresse oxidativo. Por isso, melhora a energia, bem-estar e controla a homeostase do paciente.

  • Minerais (zinco, magnésio, selênio e cromo) – ajuda a fortalecer pele, cabelos, unhas, melhora o humor e a imunidade. Funcionam como co-fator enzimático de mais de mil reações endógenas.

  • Vitaminas do complexo B (B1, B2, B12 e PQQ) ajudam a combater os radicais livres, atuam fortemente no sistema nervoso e aumentam a energia.

Quais os desafios para atuar com as terapias injetáveis?

A administração de terapias injetáveis, apesar de ser um procedimento rotineiro na prática médica, envolve diversos desafios. A compreensão e o manejo adequado destes aspectos são cruciais para garantir a eficácia do tratamento e a segurança do paciente. Alguns dos desafios são:

  • Manuseio e armazenamento de medicamentos

Muitos medicamentos injetáveis requerem condições específicas de armazenamento, como refrigeração, e cuidados no manuseio para manter sua estabilidade e eficácia. A falha em cumprir esses requisitos pode comprometer a qualidade do medicamento.

  • Administração correta e precisão de dosagem

A dosagem precisa é essencial. Erros de dosagem podem resultar em ineficácia do tratamento ou no que chamamos de overdosing (toxicidade potencial). Profissionais de saúde devem estar atentos a cálculos precisos e à técnica correta de administração.

  • Variações individuais na resposta ao tratamento

Cada paciente pode responder de maneira diferente a uma terapia injetável. Fatores como idade, peso, condições de saúde preexistentes e interações medicamentosas precisam ser considerados para personalizar o tratamento.

  • Treinamento e competência do profissional de saúde

A administração de injeções requer habilidades técnicas e conhecimento específico. O treinamento inadequado pode levar a erros, como a escolha do local de injeção errado ou técnica de injeção inadequada.

  • Gerenciamento de reações adversas

Existe o risco de reações adversas. Por mais pequenos que sejam, ele existe e é preciso estar preparado para atuar em uma situação como essa. É importante o profissional da saúde conseguir identificar e gerenciar essas reações de forma eficiente.

Boas práticas nos injetáveis

Outro desafio são as boas práticas, que têm de ser executadas para garantir a segurança, tanto do paciente como da equipe médica. 

É fundamental que a equipe esteja comprometida com as boas práticas para garantir a segurança e eficácia dos procedimentos realizados. Um dos principais pontos é a higiene e esterilização do local de aplicação.

O profissional deve se certificar de que todas as superfícies de trabalho e equipamentos estejam limpos e desinfetados corretamente. Para isso, são necessárias técnicas apropriadas de esterilização para materiais reutilizáveis.

E não só isso. É essencial seguir protocolos de limpeza das mãos, para a aplicação, e utilizar luvas durante os procedimentos.

Para os descartáveis é expressamente proibida a reutilização e o descarte deve ser feito corretamente (isso inclui agulhas, seringas, jelcos, e outros dispositivos). O descarte adequado de resíduos é fundamental para prevenir a propagação de infecções e os resíduos devem ser separados corretamente, os resíduos biológicos/infectantes, e perfurocortantes e resíduos comuns.

Deve ser sempre verificada a validade dos medicamentos e descarte de qualquer medicação vencida ou danificada. A preparação deve ser feita na presença do paciente e no momento do uso assegurando a estabilidade das formulações.

Os “9 certos”

A administração de injetáveis é uma prática comum em procedimentos clínicos, mas requer atenção e conhecimento técnico para garantir resultados positivos. Para que tudo saia corretamente, é essencial seguir os “9 Certos”. Veja cada um deles:

  • O paciente certo

Antes de administrar qualquer injetável, confirme a identidade do paciente. Use dois identificadores, como nome completo e data de nascimento, para evitar erros de administração.

  • O medicamento certo

Verifique o nome correto do medicamento prescrito. Compare a prescrição com o rótulo do frasco para evitar erros de medicação. Esteja atento a medicamentos com nomes e embalagens semelhantes.

  • A dose certa

Calcule a dose correta do injetável com base nas instruções médicas. Utilize equipamentos de medição precisos, como seringas e agulhas calibradas, para garantir uma dosagem adequada.

  • A via certa: 

Administre o injetável pela via correta, seja intramuscular, subcutânea ou intravenosa. Conheça as características do medicamento e as recomendações específicas para cada via de administração.

  • O tempo certo

Respeite o tempo adequado para administrar o medicamento. Alguns injetáveis requerem administração em horários específicos para garantir sua eficácia terapêutica. Esteja atento às instruções de tempo na prescrição.

  • A técnica certa

Realize a técnica correta de administração. Limpe a pele do paciente com antisséptico adequado antes da aplicação. Mantenha mãos e materiais limpos para prevenir infecções. Utilize a técnica correta de punção e descarte adequado de agulhas.

  • A documentação certa

Registre todas as informações relevantes relacionadas à administração do injetável. Inclua o nome do medicamento, dose, via de administração, data, horário e local da aplicação. Um registro completo é essencial para acompanhar o histórico do paciente.

  • O monitoramento certo

Após a administração do injetável, monitore o paciente para detectar possíveis reações adversas. Esteja preparado para agir caso ocorram intercorrências e comunique imediatamente o médico responsável.

  • O descarte certo

Descarte adequadamente as agulhas, seringas e quaisquer materiais contaminados. Utilize recipientes de descarte apropriados, seguindo as normas de biossegurança. Evite reutilização de materiais descartáveis.

Seguir os “9 Certos” da administração de injetáveis é fundamental para garantir a segurança e efetividade dos procedimentos em nossas clínicas. Ao fazer isso, estamos atuando na proteção dos nossos pacientes de erros de medicação, infecções e outras complicações.

A interdisciplinaridade na prática das terapias injetáveis

A interdisciplinaridade na saúde é um conceito que ganhou força nos últimos anos, especialmente na prática das terapias injetáveis. Este modelo de cuidado, envolve a colaboração de diversos profissionais de saúde.

Neste contexto, a interdisciplinaridade nas terapias injetáveis representa uma fusão entre diferentes especialidades, como médicos, nutricionistas e psicólogos. Todos os profissionais da saúde atuam em conjunto para desenvolver um plano de tratamento que atenda às necessidades específicas de cada paciente. 

Por exemplo, em um tratamento de emagrecimento. Enquanto um médico pode prescrever a terapêutica, o nutricionista pode contribuir com recomendações dietéticas, para melhorar a eficácia do tratamento, e o psicólogo pode acompanhar o paciente e entender como está sendo a resposta dele no aspecto emocional.

Para que a interdisciplinaridade seja efetiva, é essencial uma comunicação clara entre os membros da equipe. Isso inclui a partilha regular de informações sobre o progresso do paciente, discussões sobre as melhores abordagens e quais cuidados necessários.

Embora a interdisciplinaridade ofereça muitos benefícios, ela também apresenta desafios. Diferenças na linguagem e abordagem entre as disciplinas podem levar a mal-entendidos. Além disso, pode haver desafios logísticos em coordenar o tratamento entre vários profissionais. 

Para superar esses desafios, é crucial estabelecer protocolos claros de comunicação e colaboração, além de promover uma cultura de respeito mútuo e aprendizado contínuo.

Papel da tecnologia

A tecnologia desempenha um papel fundamental na integração de todas as informações em relação entre os pacientes e os tratamentos. Ter um sistema capaz de controlar tudo isso é fundamental. E na Support Health desenvolvemos um software especializado em injetáveis para isso.

Na plataforma o médico tem acesso a maior base de protocolos injetáveis do Brasil, com milhares de formulações, desenvolvidos por um comitê científico e validado pelos maiores médicos do país. 

O software também é importante para controlar o estoque de ativos. Com essa funcionalidade você recebe alertas de estoque baixo de ativos e vencimentos de lotes, garantindo a segurança do paciente e evitando perdas.

Além disso, no software você tem controle de todos os processos da clínica, desde a entrada do paciente na recepção, até a alta médica. São mais de 100 funcionalidades à disposição do seu negócio.

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